Trecho:
Introdução ao livro e capitulo 1: 1-5
Tema: O
gracioso amor de Deus
Pregado pelo Pr. Nataniel de Jesus na IGREJA BATISTA MANÁ em 18-08-2013
INTRODUÇÃO AO LIVRO DE MALAQUIAS
Bem amados irmãos, temos a partir de agora um grande desafio, compreender a mensagem de Deus para nossas vidas, a partir
do livro de Malaquias.
Muitas vezes nos arrumamos, nos perfumamos para irmos à igreja para cultuar ao Senhor. Mas o que é culto?
Culto, é um ato contínuo de louvor a Deus,
com o propósito de exaltá-lo por aquilo que Ele é e por aquilo que Ele faz.
Muitas vezes falamos que existem duas
maneiras de cultuar ao Senhor, a primeira delas é com nossa vida diária, no
nosso falar, no nosso andar, no nosso proceder onde estivermos. A segunda, mas
não menos importante, é o culto coletivo, em que a igreja do Senhor, nós que
estamos aqui, nos reunimos para prestar louvores a Deus, para glorificar seu
nome e ouvir a sua palavra. Cantamos hinos, lemos a Bíblia, temos toda uma
prática litúrgica que não nos é comum no dia a dia.
Porém, precisamos entender duas coisas:
1º O culto particular
não substitui o culto coletivo
2º O culto particular e o culto coletivo se
diferenciam. Pois existem coisas que
posso fazer no meu culto particular que não se pode fazer no culto coletivo.
Por exemplo, no meu culto particular, eu posso fazer abdominais ou levantar
pesos glorificando ao Senhor, porém, no culto coletivo isso não cabe. Podemos
retrucar, dizendo que se fazemos algo para a glória de Deus este algo pode ser
feito no culto coletivo. Isso não é verdade. Existem regras dadas por Deus para
o culto coletivo. Existem exigências divinas para o culto coletivo, assim como
para o particular, no entanto, bem todas são iguais. Não é a toa que muitos
cultos têm se tornado uma verdadeira bagunça nos nossos dias.
O povo de Deus, o povo de Israel, também
cultuava ao Senhor. Tinham eles da parte de Deus todo um ritual, todo um
cerimonial a ser seguido, no entanto, em momento algum Deus pede ao seu povo,
apenas um cerimonial ou a prática de um ritual. Ao contrário, em toda a Bíblia,
Deus pede um culto verdadeiro do seu povo. Um culto com uma adoração
verdadeira, reconhecendo quem é Deus e o que Ele fez, faz e continua a fazer. Porém,
o povo de Israel não estava fazendo isso. Ao contrário, eles estavam praticando
uma adoração corrompida, um culto não aceitável ao Senhor.
E é sobre isso que trata o livro de
Malaquias, sobre
o culto agradável ao
Senhor. Essa é uma carta, onde Deus por meio de Malaquias tenta levar o
seu povo novamente a uma adoração genuína, uma adoração verdadeira.
Antes é importante entendermos uma coisa. O
livro de Malaquias foi escrito cerca de 430 antes de Cristo. Quando o povo de
Deus estava regressando para sua terra, após o cativeiro Babilônico. Antes
disso o povo havia pecado contra Deus, adorando outros deuses e Deus os
entregou nas mãos dos babilônicos em 586 a.C. Porém, a Babilônia foi dominada
por outro povo, os medo-persa em 539 a.C. E o rei persa, libertou o povo de
Deus, permitido que eles voltassem para sua terra, Jerusalém e reconstruíssem a
cidade, o templo, os muros da cidade, etc.
Um primeiro grupo regressa e começa a
reconstruir o templo sobre o cuidado espiritual de Esdras, este templo, no
entanto, era bem menor que o templo de Salomão que havia sido derrubado, começa
a restaurar o comércio e suas práticas religiosas, etc. No entanto, o povo
estava desanimado, o povo não via a promessa de Deus se cumprir, deles serem
uma grande nação, eles acreditavam que seriam maior que todas as outras, porém,
estavam agora sobre o julgo dos persas, eles não viam prosperidades e riquezas,
estavam reconstruindo, mas desanimados, eles achavam que Deus não os amava, por
não verem prosperidade em sua terra, em seu comércio, em suas vidas. Isso
refletiu no culto que prestavam ao Senhor, eles não mais se dedicavam a prestar
um culto agradável ao Senhor, cada um estava preocupado em cuidar dos seus
próprios negócios, cumpriam os rituais, mas não dedicavam uma adoração genuína
ao Senhor. Além de que tinham poucos sacerdotes e a grande maioria deles, se
não todos, eram corruptos, não serviam a Deus como deveriam servir, como por
exemplo, não ofereciam os sacrifícios da maneira exigida pela lei e colocavam
pães podres na mesa do Senhor, e isso pesou profundamente no coração de Deus.
Assim, Deus levanta Malaquias, cujo nome
significa “Mensageiro de Deus” para falar com seu povo, Deus mostrará por meio
de Malaquias, sacerdote, o último profeta levantado por Deus no Antigo
Testamento, que exerce seu ministério um pouco depois de Esdras e Neemias,, que
o seu povo deveria voltar a dedicar a Ele uma adoração genuína, um culto
agradável a Ele. Assim, o texto de Malaquias é marcado por um bate boca, ou melhor,
um diálogo entre Deus e o povo. Deus fala e o povo questiona. Isso será algo
marcante em todo o livro, e nós vamos para o primeiro diálogo.
E Deus começa dizendo o seguinte:
2 Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó,
3 porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto.
4 Se Edom diz: Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado
Terra-De-Perversidade e
Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre. 5 Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel.
Este é o trecho introdutório da carta de
Malaquias. O escritor já começa dizendo que esta é uma Sentença, contra Israel. A palavra sentença aqui significa PESO,
FARDO, o Senhor lança um peso sobre Israel, um fardo sobre Israel. Isso
significa que vem pela frente uma palavra dura, uma palavra de justiça, de
juízo de Deus sobre o povo.
Porém, Deus começa a falar com o seu povo
fazendo uma declaração de amor ao seu povo, ele diz: “Eu vos tenho amado” Observemos
que o verbo amar está aqui apresentado de forma contínua. Isso mostra que é uma
ação completa, sem considerar a duração do evento. O verbo está na voz ativa e
significa que uma coisa perfeita aconteceu, mas não terminou, mas ainda está em
andamento.
Por tanto, Deus amou, ama e sempre amará o
seu povo. Esse amor não cessa, não acaba. Mesmo o povo tendo sido ingrato para
com Deus, mesmo o povo prestando uma adoração corrompida a Deus, Deus em seu
primeiro pronunciamento por meio de Malaquias começa fazendo uma declaração de
amo: “Eu
vos tenho amado”
Mas o povo questiona: “ Em que nos tem amado?”
O povo questiona a afirmação do amor de Deus,
pois eles não conseguiam enxergar o amor de Deus para com eles. Eles pensavam
que o amor de Deus para com eles poderia ser expresso tão somente pelo
derramamento de bênçãos terrenas. É como se o povo tivesse falando o seguinte:
Como assim o Senhor tem nos amado? Não estamos nós passando necessidade? Nossas
plantações não vingam, nós estamos sobre o julgo de outro povo. E o Senhor diz
que nos ama? Em que o Senhor tem nos amado?
Deus responde ao seu povo: Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança aos chacais do deserto. Se Edom diz: Fomos
destruídos,
porém
tornaremos
a
edificar
as
ruínas,
então,
diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado
Terra-De-Perversidade
e
Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre.
Deus mostra a Israel como os
têm amado: Ele escolheu Jacó e não Esaú.
Deus está se referindo aqui à sua escolha soberana para com
Israel. Quando Rebeca estava grávida de Esaú e Jacó, que Esaú tinha o direito
da primogenitura e seria ele, aquele que daria continuidade à descendência de
Abraão. Porém, Deus não quis Esaú, antes escolheu a Jacó. O mais novo, ao qual
veio a ter seu nome mudado para Israel, quando lutou com o anjo de Deus no vale
de Jaboque. Dele vieram 12 filhos dos quais se formaram as 12 tribos de Israel.
Deus escolheu Jacó para dar continuidade ao seu plano de
salvação. Foi assim que surgiu Israel. Israel era escolhido do Senhor, a quem o
Senhor amava, e a quem Ele tinha separado para dar continuidade ao seu plano
salvívico. Deus escolhe com Israel e não os Edomitas, que eram os descendentes
de Esaú.
Deus mostra ao seu povo como Ele os tem amado. Deus diz: Eu
escolhi vocês. Vocês não fazem parte do povo a quem eu aborreci, mas fazem
parte do povo a quem amei, e a quem chamei para ser instrumento meu de
salvação.
Por tanto, Deus mostra ao seu povo, que o seu amor não é
demonstrado pela concessão de bênçãos materiais. De riquezas, de posses. Mas
sim por meio da sua maravilhosa graça, mesmo o povo não merecendo, Deus os
escolheu, os amou, os ama e continua a amar.
Essa eleição do povo de Israel,foi um instrumento de Deus para
que seu plano de salvação alcançasse toda a humanidade. Com esse propósito,
Deus manda seu filho Jesus Cristo, como demonstração do seu amor, para que todo
o mundo fosse resgatado e transformado por Ele. Assim, Deus no Novo testamento
mais uma vez demonstra o seu amor para com seu povo, que agora não é apenas
Israel, mas seu alvo é toda a humanidade. Deus entrega o seu filho, para morrer
por nós, mesmo sendo nós quem deveríamos morrer, já que o salário do pecado é a
morte, como diz Paulo aos Romanos. Mas Cristo morre. Verte o seu sangue na cruz
para que nós pudéssemos ter vida em Cristo. Nós não merecíamos, mas Ele assim o
fez, simplesmente por nos amar, isso é graça, é o gracioso amor de Deus.
Mas muitas vezes queremos medir o amor de Deus pelas bênçãos
terrenas que ele nos concede. Pelo carro novo que temos, pelo emprego que
conseguimos, pela casa nova, por uma promoção, etc. Muitas vezes até vamos ao
culto atrás de sermos abençoados por Deus. Mas não é isso que demonstra o amor
de Deus para conosco. O amor supremo, absoluto de Deus foi demonstrado na cruz
do calvário por nós. E é somente quando entendermos isso que prestaremos um
verdadeiro culto a Ele. Mesmo que as coisas não estejam muito bem. Mesmo que as
aflições sejam grandiosas sobre nós. Continuaremos a adorar, a servir, a
cultuar ao nosso Deus alegremente, com o coração cheio de regozijo, porque
sabemos que Ele tem nos amado, e demonstrou esse gracioso amor ao entregar seu
filho na cruz do calvário para morrer por nós.
Deus diz no v5: Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel.
Deus diz ao povo de Israel que eles veriam esse amor de Deus
para com eles, e quando eles compreendessem isso, Eles exaltariam, louvariam a
este Deus, único e verdadeiro, não mais de forma ritual apenas, mas com o
coração cheio de alegria e regozijo por reconhecer o grandioso amor de Deus
para com eles.
Somente quando
compreendemos a dimensão desse amor, é que poderemos prestar um verdadeiro
culto ao Senhor. Não adianta, o ministério de louvor pode vir aqui, pedir pra
igreja levantar, bater palmas, dizer améns e aleluias, e muitas vezes não
obterá resposta da igreja. Não adianta, porque uma adoração sincera não é fruto
de incentivos estereótipos, Ao contrário, uma adoração sincera, parte de uma
vida que reconhece o gracioso amor para com ele. De que ele não merecia, mas
Deus o amou. De que não era digno, mas Cristo morreu por ele.
Quando reconhecemos isso, prestamos ao Senhor uma adoração
sincera, um culto sincero, um louvor sincero. Pois reconhecemos que não há Deus
como Ele, um Deus que nos ama mesmo sem merecermos. Que entrega seu único Filho
para morrer por nós. Para verter seu sangue na cruz por nós.
Esse é nosso Deus que NOS TEM AMADO, COM UM AMOR GRACIOSO. É a
Ele que devemos adorar, cantar, louvar de todo coração. É a Ele que cultuamos, É para Ele o culto, é para a glória Dele que cantamos, que
louvamos, que exaltamos.
Por tanto, algumas lições podem ser tiradas para nós hoje:
1º O Senhor nos ama, e
demonstrou isso ao entregar seu filho na cruz por nós.
2º O amor de Deus não pode
ser medido pelas bênçãos materiais.
3º Somente quando
reconhecermos o gracioso amor de Deus para conosco é que prestaremos um culto
sincero e agradável a Ele.
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