sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Estudo no livro de Malaquias




Trecho: Introdução ao livro e capitulo 1: 1-5
Tema: O gracioso amor de Deus

Pregado pelo Pr. Nataniel de Jesus na IGREJA BATISTA MANÁ em 18-08-2013

INTRODUÇÃO AO LIVRO DE MALAQUIAS
Bem amados irmãos, temos a partir de agora um grande desafio, compreender a mensagem de Deus para nossas vidas, a partir do livro de Malaquias.
Muitas vezes nos arrumamos, nos perfumamos para irmos à igreja para cultuar ao Senhor. Mas o que é culto?
Culto, é um ato contínuo de louvor a Deus, com o propósito de exaltá-lo por aquilo que Ele é e por aquilo que Ele faz.
Muitas vezes falamos que existem duas maneiras de cultuar ao Senhor, a primeira delas é com nossa vida diária, no nosso falar, no nosso andar, no nosso proceder onde estivermos. A segunda, mas não menos importante, é o culto coletivo, em que a igreja do Senhor, nós que estamos aqui, nos reunimos para prestar louvores a Deus, para glorificar seu nome e ouvir a sua palavra. Cantamos hinos, lemos a Bíblia, temos toda uma prática litúrgica que não nos é comum no dia a dia.
Porém, precisamos entender duas coisas:
O culto particular não substitui o culto coletivo
 O culto particular e o culto coletivo se diferenciam. Pois existem coisas que posso fazer no meu culto particular que não se pode fazer no culto coletivo. Por exemplo, no meu culto particular, eu posso fazer abdominais ou levantar pesos glorificando ao Senhor, porém, no culto coletivo isso não cabe. Podemos retrucar, dizendo que se fazemos algo para a glória de Deus este algo pode ser feito no culto coletivo. Isso não é verdade. Existem regras dadas por Deus para o culto coletivo. Existem exigências divinas para o culto coletivo, assim como para o particular, no entanto, bem todas são iguais. Não é a toa que muitos cultos têm se tornado uma verdadeira bagunça nos nossos dias.
O povo de Deus, o povo de Israel, também cultuava ao Senhor. Tinham eles da parte de Deus todo um ritual, todo um cerimonial a ser seguido, no entanto, em momento algum Deus pede ao seu povo, apenas um cerimonial ou a prática de um ritual. Ao contrário, em toda a Bíblia, Deus pede um culto verdadeiro do seu povo. Um culto com uma adoração verdadeira, reconhecendo quem é Deus e o que Ele fez, faz e continua a fazer. Porém, o povo de Israel não estava fazendo isso. Ao contrário, eles estavam praticando uma adoração corrompida, um culto não aceitável ao Senhor.
E é sobre isso que trata o livro de Malaquias, sobre
o culto agradável ao Senhor. Essa é uma carta, onde Deus por meio de Malaquias tenta levar o seu povo novamente a uma adoração genuína, uma adoração verdadeira.
Antes é importante entendermos uma coisa. O livro de Malaquias foi escrito cerca de 430 antes de Cristo. Quando o povo de Deus estava regressando para sua terra, após o cativeiro Babilônico. Antes disso o povo havia pecado contra Deus, adorando outros deuses e Deus os entregou nas mãos dos babilônicos em 586 a.C. Porém, a Babilônia foi dominada por outro povo, os medo-persa em 539 a.C. E o rei persa, libertou o povo de Deus, permitido que eles voltassem para sua terra, Jerusalém e reconstruíssem a cidade, o templo, os muros da cidade, etc.
Um primeiro grupo regressa e começa a reconstruir o templo sobre o cuidado espiritual de Esdras, este templo, no entanto, era bem menor que o templo de Salomão que havia sido derrubado, começa a restaurar o comércio e suas práticas religiosas, etc. No entanto, o povo estava desanimado, o povo não via a promessa de Deus se cumprir, deles serem uma grande nação, eles acreditavam que seriam maior que todas as outras, porém, estavam agora sobre o julgo dos persas, eles não viam prosperidades e riquezas, estavam reconstruindo, mas desanimados, eles achavam que Deus não os amava, por não verem prosperidade em sua terra, em seu comércio, em suas vidas. Isso refletiu no culto que prestavam ao Senhor, eles não mais se dedicavam a prestar um culto agradável ao Senhor, cada um estava preocupado em cuidar dos seus próprios negócios, cumpriam os rituais, mas não dedicavam uma adoração genuína ao Senhor. Além de que tinham poucos sacerdotes e a grande maioria deles, se não todos, eram corruptos, não serviam a Deus como deveriam servir, como por exemplo, não ofereciam os sacrifícios da maneira exigida pela lei e colocavam pães podres na mesa do Senhor, e isso pesou profundamente no coração de Deus.
Assim, Deus levanta Malaquias, cujo nome significa “Mensageiro de Deus” para falar com seu povo, Deus mostrará por meio de Malaquias, sacerdote, o último profeta levantado por Deus no Antigo Testamento, que exerce seu ministério um pouco depois de Esdras e Neemias,, que o seu povo deveria voltar a dedicar a Ele uma adoração genuína, um culto agradável a Ele. Assim, o texto de Malaquias é marcado por um bate boca, ou melhor, um diálogo entre Deus e o povo. Deus fala e o povo questiona. Isso será algo marcante em todo o livro, e nós vamos para o primeiro diálogo.
E Deus começa dizendo o seguinte:
1 ​Sentença  pronunciada  pelo SENHOR  contra Israel, por intermédio de Malaquias
2 ​Eu vos tenho amado, diz o SENHOR; mas vós dizeis: Em que nos tens amado? Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó,
3 ​porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança  aos chacais do deserto.
4 ​Se Edom diz:  Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre. 5 ​Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel.

Este é o trecho introdutório da carta de Malaquias. O escritor já começa dizendo que esta é uma Sentença, contra Israel. A palavra sentença aqui significa PESO, FARDO, o Senhor lança um peso sobre Israel, um fardo sobre Israel. Isso significa que vem pela frente uma palavra dura, uma palavra de justiça, de juízo de Deus sobre o povo.
Porém, Deus começa a falar com o seu povo fazendo uma declaração de amor ao seu povo, ele diz: “Eu vos tenho amado” Observemos que o verbo amar está aqui apresentado de forma contínua. Isso mostra que é uma ação completa, sem considerar a duração do evento. O verbo está na voz ativa e significa que uma coisa perfeita aconteceu, mas não terminou, mas ainda está em andamento.
Por tanto, Deus amou, ama e sempre amará o seu povo. Esse amor não cessa, não acaba. Mesmo o povo tendo sido ingrato para com Deus, mesmo o povo prestando uma adoração corrompida a Deus, Deus em seu primeiro pronunciamento por meio de Malaquias começa fazendo uma declaração de amo: “Eu vos tenho amado”
Mas o povo questiona: “ Em que nos tem amado?”
O povo questiona a afirmação do amor de Deus, pois eles não conseguiam enxergar o amor de Deus para com eles. Eles pensavam que o amor de Deus para com eles poderia ser expresso tão somente pelo derramamento de bênçãos terrenas. É como se o povo tivesse falando o seguinte: Como assim o Senhor tem nos amado? Não estamos nós passando necessidade? Nossas plantações não vingam, nós estamos sobre o julgo de outro povo. E o Senhor diz que nos ama? Em que o Senhor tem nos amado?

Deus responde ao seu povo: Não foi Esaú irmão de Jacó? —disse o SENHOR; todavia, amei a Jacó, porém aborreci a Esaú; e fiz dos seus montes uma assolação e dei a sua herança  aos chacais do deserto. Se Edom diz:  Fomos destruídos, porém tornaremos a edificar as ruínas, então, diz o SENHOR dos Exércitos: Eles edificarão, mas eu destruirei; e Edom será chamado Terra-De-Perversidade e Povo-Contra-Quem-O-SENHOR-Está-Irado-Para-Sempre.

Deus mostra a Israel como os têm amado: Ele escolheu Jacó e não Esaú.

Deus está se referindo aqui à sua escolha soberana para com Israel. Quando Rebeca estava grávida de Esaú e Jacó, que Esaú tinha o direito da primogenitura e seria ele, aquele que daria continuidade à descendência de Abraão. Porém, Deus não quis Esaú, antes escolheu a Jacó. O mais novo, ao qual veio a ter seu nome mudado para Israel, quando lutou com o anjo de Deus no vale de Jaboque. Dele vieram 12 filhos dos quais se formaram as 12 tribos de Israel.
Deus escolheu Jacó para dar continuidade ao seu plano de salvação. Foi assim que surgiu Israel. Israel era escolhido do Senhor, a quem o Senhor amava, e a quem Ele tinha separado para dar continuidade ao seu plano salvívico. Deus escolhe com Israel e não os Edomitas, que eram os descendentes de Esaú.
Deus mostra ao seu povo como Ele os tem amado. Deus diz: Eu escolhi vocês. Vocês não fazem parte do povo a quem eu aborreci, mas fazem parte do povo a quem amei, e a quem chamei para ser instrumento meu de salvação.
Por tanto, Deus mostra ao seu povo, que o seu amor não é demonstrado pela concessão de bênçãos materiais. De riquezas, de posses. Mas sim por meio da sua maravilhosa graça, mesmo o povo não merecendo, Deus os escolheu, os amou, os ama e continua a amar.
Essa eleição do povo de Israel,foi um instrumento de Deus para que seu plano de salvação alcançasse toda a humanidade. Com esse propósito, Deus manda seu filho Jesus Cristo, como demonstração do seu amor, para que todo o mundo fosse resgatado e transformado por Ele. Assim, Deus no Novo testamento mais uma vez demonstra o seu amor para com seu povo, que agora não é apenas Israel, mas seu alvo é toda a humanidade. Deus entrega o seu filho, para morrer por nós, mesmo sendo nós quem deveríamos morrer, já que o salário do pecado é a morte, como diz Paulo aos Romanos. Mas Cristo morre. Verte o seu sangue na cruz para que nós pudéssemos ter vida em Cristo. Nós não merecíamos, mas Ele assim o fez, simplesmente por nos amar, isso é graça, é o gracioso amor de Deus.
Mas muitas vezes queremos medir o amor de Deus pelas bênçãos terrenas que ele nos concede. Pelo carro novo que temos, pelo emprego que conseguimos, pela casa nova, por uma promoção, etc. Muitas vezes até vamos ao culto atrás de sermos abençoados por Deus. Mas não é isso que demonstra o amor de Deus para conosco. O amor supremo, absoluto de Deus foi demonstrado na cruz do calvário por nós. E é somente quando entendermos isso que prestaremos um verdadeiro culto a Ele. Mesmo que as coisas não estejam muito bem. Mesmo que as aflições sejam grandiosas sobre nós. Continuaremos a adorar, a servir, a cultuar ao nosso Deus alegremente, com o coração cheio de regozijo, porque sabemos que Ele tem nos amado, e demonstrou esse gracioso amor ao entregar seu filho na cruz do calvário para morrer por nós.

Deus diz no v5: Os vossos olhos o verão, e vós direis: Grande é o SENHOR também fora dos limites de Israel.

Deus diz ao povo de Israel que eles veriam esse amor de Deus para com eles, e quando eles compreendessem isso, Eles exaltariam, louvariam a este Deus, único e verdadeiro, não mais de forma ritual apenas, mas com o coração cheio de alegria e regozijo por reconhecer o grandioso amor de Deus para com eles.
Somente quando compreendemos a dimensão desse amor, é que poderemos prestar um verdadeiro culto ao Senhor. Não adianta, o ministério de louvor pode vir aqui, pedir pra igreja levantar, bater palmas, dizer améns e aleluias, e muitas vezes não obterá resposta da igreja. Não adianta, porque uma adoração sincera não é fruto de incentivos estereótipos, Ao contrário, uma adoração sincera, parte de uma vida que reconhece o gracioso amor para com ele. De que ele não merecia, mas Deus o amou. De que não era digno, mas Cristo morreu por ele.
Quando reconhecemos isso, prestamos ao Senhor uma adoração sincera, um culto sincero, um louvor sincero. Pois reconhecemos que não há Deus como Ele, um Deus que nos ama mesmo sem merecermos. Que entrega seu único Filho para morrer por nós. Para verter seu sangue na cruz por nós.
Esse é nosso Deus que NOS TEM AMADO, COM UM AMOR GRACIOSO. É a Ele que devemos adorar, cantar, louvar de todo coração. É a Ele que cultuamos, É para Ele o culto, é para a glória Dele que cantamos, que louvamos, que exaltamos.
Por tanto, algumas lições podem ser tiradas para nós hoje:
1º O Senhor nos ama, e demonstrou isso ao entregar seu filho na cruz por nós.
2º O amor de Deus não pode ser medido pelas bênçãos materiais.
3º Somente quando reconhecermos o gracioso amor de Deus para conosco é que prestaremos um culto sincero e agradável a Ele.

                                                            

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